Presidente Vera Ramos,
Confrade Paulo Castelo Branco, presidente desta Assembleia Eleitoral,
Prezados confreiras e confrades:

As minhas primeiras palavras são de agradecimento a todos os presentes e, de maneiraespecial, aos integrantes da chapa eleita, que se dispuseram a continuar ajudando o Instituto, agora como dirigentes.

A emoção e a honra de assumir a presidência do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal trazem-me muita satisfação e alegria, mas acarretam a plena consciência da responsabilidade dessa investidura.

Isso decorre, em primeiro lugar, da evocação dos antigos presidentes, eminentes homens públicos e patriotas, que tanto contribuíram para a afirmação desta casa de cultura. Devemos invocar a todos,a partir de Saulo Diniz, o fundador e nosso primeiro presidente, e também, os seus sucessores, Ernesto Silva, Guido Mondin, Fernando Tamanini, Adirson Vasconcelos, Affonso Heliodoro dos Santos e Vera Lúcia Ferreira Ramos, a qual não continuou na presidência por compreensíveis motivos pessoais, sem que isso afaste a sua presença em nossos trabalhos e decisões.

Além dos ex-presidentes, a nossa responsabilidade aumenta em face do rol dos fundadores e dos integrantes do instituto, uma plêiade ilustre de personalidades, homens e mulheres que ajudaram e ajudam a nossa instituição, a Brasília e ao Brasil.

O nosso dever aumenta se considerarmos o próprio Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, sua história, seu presente e seu futuro na realização de seu nobre destino. Esta sala, este prédio, este jardim e, também, o seu espírito bem simbolizam a própria Brasília. Tudo constitui uma realidade a nos exigir a continuação dos trabalhos até aqui realizados.

Mais do que tudo, a própria Brasília nos impõe grave obrigação.

Juscelino Kubitschek ao desencadear a epopeia da construção de Brasília, tinha em sua imaginação toda a concreção urbanística do que iria fundar, o conjunto urbano que seria Patrimônio Cultural da Humanidade.

Na recente solenidade do aniversário de Brasília, a Doutora Vera Ramos, em breve oração, sintetizou os tombamentos urbanístico e arquitetônico, os monumentos, os viadutos, os traçados, os conjuntos habitacionais, as diversas áreas. Tudo isso, enfim, que explica a presença entre nós de arquitetos e engenheiros.

Sem prejuízo dos valores urbanísticos, Juscelino Kubitschek tinha em mente, também, a relação entre urbs e civitas. O sentido de urbs prevalece, fixa o objetivo das coisas construídas para a vida social do homem. A civitas implica significados sociais e jurídicos, conserva o todo dos homens ali sediados. Brasília é uma realização da cidadania brasileira e da presença do povo nas decisões nacionais, no exercício pleno da democracia e da liberdade.

O fundador, nosso patrono, pensava ainda em outra conexão, a da urbs e ager (o campo). Brasília envolve uma extensão permanente de seus valores para todo o território da nacionalidade. Afinal, vieram para a construção os brasileiros de todos os rincões, do norte, do sul, do oeste e do leste, estes na realização do sonho dos bandeirantes na direção dos Andes. Daí se impõe mais uma relação, a de urbs e orbis, pois Juscelino pretendia a integração nacional, mas também a integração latinoamericana, uma aproximação com os demais países do continente. Brasília tornou-se um centro de irradiação para a constelação dos povos irmãos, sem que isso acarrete qualquer hegemonia ou prevalência, mas ao contrário o nosso sentimento de fraternidade para com os povos irmãos da América Latina.

 Dessa maneira, a emoção de júbilo leva à consciência da nossa responsabilidade e de todos os sócios acadêmicos na realização dos fins do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal em prol de Brasília e do Brasil.

Ronaldo Rebello de Britto Poletti

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