Alcidea Vieira Coelho

Professora de Geografia da SEDF

RESUMO

O Ecomuseu dos Caminhamentos do Sertão enquanto manifestação da comunidade da cidade de Sobradinho/DF expressa toda a dinâmica populacional tanto nos valores políticos, sociais e culturais, quanto nos recursos naturais, considerados todos esses como peças-chave aos bens patrimoniais da cidade. Ele se explica por meio da relação existente entre a sociedade, o poder, a cultura e o meio ambiente como formação de uma conscientização política e do (re)conhecimento do exercício de cidadania de um Brasil que se estabelece na sua diversidade cultural, constituído de atitudes e hábitos representados, muitas vezes, nos movimentos sociais, e estabelecidos no modo de agir a partir do princípio de pertencimento. Muitas ações ocorreram e ocorrem de forma contínua na cidade de Sobradinho/DF, com um propósito de serem transformadas em resultados na melhoria da qualidade de vida e incentivo, como algo que lhes dêm forma e vida na identificação de valores que prezam para a herança do seu passado, com atenção voltada numa versão mais aprimorada para as gerações futuras. Seu espaço territorial permite experiências, práticas e reflexões do indivíduo na ideologia do ser cidadão, contada nas histórias coletivas por meio de narrativas de vida com a função de orientar o comportamento da sociedade e a atuação do homem com a prática da democracia, com destaque nos estudos da Ciência Política. Os encontros com moradores da região, vinculados ao movimento artístico da cidade e ao Ecomuseu, oportunizaram o aprofundamento do conhecimento político-social e da produção cultural da cidade. Na observação mais detalhada na potencialidade da prática cidadã, por meio da mobilização cultural, faz sentido se reconhecer como estimuladora das ações políticas e ter como resultados exercícios socioculturais da região. A realização do trabalho com a memória, que está intimamente ligada à identidade, traz uma significação às questões levantadas que, muitas vezes, não são percebidas no campo da política e da cultura do indivíduo e da comunidade.

Brasil e sua diversidade patrimonial

Ecomuseus no Brasil

Os Ecomuseus no Brasil tiveram início a partir de uma inspiração de Museus ao Ar Livre, originários da França. Com o decorrer dos anos, foram mudando suas características, muitos foram criados por iniciativa dos próprios moradores, os quais identificaram a importância da preservação de suas histórias e patrimônios. Reconheciam-nos como uma forma de transformação para criação de um espaço que pudesse ser admirado pelos seus moradores e também pelos visitantes de outras regiões.

Os ecomuseus são locais ideais que permitem que a comunidade se sinta representada culturalmente e possa ser valorizada e despontada pelas diversas representações políticas e sociais. Esses novos museus tornaram-se modernos em termos da metodologia aplicada, visto que para a criação de cada ecomuseu, a própria comunidade define o local, o tema da exposição, o acervo a ser coletado e pesquisado, o mobiliário expositivo, como será o trabalho após sua implantação e, por fim,a avaliação das atividades propostas.

A experiência de ecomuseu começou na década de 1970, na Europa e em diversos países do mundo, inclusive países em desenvolvimento como os da América Latina e África, que aceitaram o novo desafio como inserção de um novo conceito, com novo método de proposta museal. Como exemplo da África, principalmente da Nigéria, as propostas museológicas de participação também foram importantes e adotadas para o processo de constituição do Estado Nacional.

São exemplos de ecomuseus no Brasil[1], conforme o Sistema Brasileiro de Museus: Itaipu – região oeste do Paraná; Quarteirão Cultural do Matadouro – Ilha Grande,  Rio de Janeiro;  –  Museu do Complexo da Maré – Rio de Janeiro; do Cerrado – Goiás nos municípios de Abadiânia,  Alexânia, Águas Lindas, Cocalzinho, Corumbá, Pirenópolis e Santo Antônio do Descoberto, entre outros.

Tomando como exemplo, o Ecomuseu do Quarteirão Cultural do Matadouro de Santa Cruz foi resultante de lutas, onde o Núcleo de Pesquisa e Histórica e a comunidade de Santa Cruz foram os expoentes do movimento iniciado em 1983.

Outro exemplo refere-se ao Museu Comunitário da Maré, localizado no Complexo da Maré. Este museu foi o primeiro a ser reconhecido como região administrativa do município. Formada por dezessete comunidades cresceu, próxima à antiga região portuária. O Museu da Maré é considerado o “primeiro museu instalado num local onde a carência é sua marca principal, assim como diversos lugares do Estado do Rio de Janeiro, como também, em todas as cidades do Brasil, dentro de uma favela brasileira”. Fica num galpão de 600 m² cedido pela antiga Companhia Libra de Navegação, há vinte e cinco anos desativado. Muitos objetos que fazem parte do acervo foram doados pelos próprios moradores.    

Conforme o olhar de Priosti:

 “os museus comunitários e ecomuseus são sensíveis ao patrimônio material e imaterial e às interpretações que lhe possam dar. Foi a partir da militância pela conquista e preservação da dignidade, a solidariedade aos grupos minoritários, encontraram na América, principalmente no México e no Canadá, o local próprio para se desenvolverem” (2004).

 

Com a globalização ameaçando as tradições, identidade e o patrimônio que a sociedade possui, criam-se alternativas de resistência à perda e caracterização da mesma, contando com o poder das manifestações culturais em locais de luta.

Para o povo, o seu reconhecimento parte da luta pelos seus direitos, pelo reconhecimento dos direitos humanos, expressada em palavras, opiniões, educação básica, moradia, saúde e participação política, e mobilização social. E, conforme a leitura de Toro, “mobilizar é convocar vontades para atuar na busca de um propósito comum, sob uma interpretação e um sentido também compartilhados” (1997:7).

A mobilização ocorre quando um grupo de pessoas, uma comunidade, uma sociedade decide e age com objetivos comuns, buscando, cotidianamente, os resultados desejados por todos. Participar ou não de mobilização social é um ato de escolha. As pessoas são chamadas e a decisão dependerá das pessoas se verem ou não como responsáveis e capazes de provocar e construir mudanças. Pressupõe uma convicção coletiva da relevância, um sentido de público, daquilo que é melhor para todos.

Dessa forma, o ecomuseu é um local que responde aos anseios da população marginalizada culturalmente e carente socioeconomicamente. Alia os direitos culturais e os direitos humanos básicos à sobrevivência humana. Direitos estes que, muitas vezes, só serão adquiridos em momentos de mobilização social, de transformação e reivindicação, de sua inclusão na condição de dignidade humana.

São fundados nas práticas democráticas do nosso país, que têm como base a política de que todos têm acesso aos ambientes de produção de cultura e criatividade a serem concebidos na prática dos Direitos Humanos, vinculados no Programa Nacional dos Direitos Humanos, o qual rege a garantia do Direito à Cultura e ao Lazer nos arts nº 442, 445 e 449[2].

O ecomuseu é uma nova forma de experiência de uma museologia comunitária[3] adaptada aos princípios e às exigências do desenvolvimento sustentável. Hugues de Varine, precursor da nova museologia, descreveu-o como:

“Uma emanação de comunidade de vizinhança que é, simultaneamente, seu sujeito e seu objeto. Seus princípios são a organização, o método e a pedagogia. É uma instituição que administra, estuda, explora com fins científicos, educativos e culturais, o patrimônio global de uma determinada comunidade, compreendendo a totalidade do ambiente natural e cultural desta comunidade” (Citado por Hugues de Varine em 1976. Let: 2000: 62).

Pode-se dizer que um Ecomuseu é o modelo contemporâneo de Museu, que segue os atuais paradigmas científicos-filosóficos em oposição ao modelo tradicionalista e/ou cartesiano. Neste tipo de museu, membros de uma comunidade tornam-se atores do processo de formulação, execução e manutenção do mesmo, podendo ser, em algum momento, acessorados por um Museólogo .

A evolução verdadeira do que foi chamado, por Hugues de Varine, de Ecomuseu, se deu primeiramente por uma sucessão de práticas para depois ser colocada em palavras por tantos teóricos, a partir das definições de Rivière em sua famosa “Definição evolutiva do Ecomuseu”. Citado por Jean Clair, o Ecomuseu prolonga e reforça as diversas formas de atividade museológica, acrescentando-lhes uma abertura original nunca vista antes. “Museu do espaço e museu do tempo, ele se ocupa de apresentar, por sua vez, as variações de diversos lugares num mesmo tempo, de acordo com uma perspectiva sincrônica, e as variações de um mesmo lugar em diversos tempos, de acordo com uma perspectiva diacrônica” (2000:62).

O autor comenta ainda que:

“Foi a partir de 1936 que Georges-Henri Rivière elaborou os primeiros esboços do que seria futuramente a Ecomuseologia. No início dos anos 1950, definiu a teoria do Ecomuseu. As primeiras realizações práticas aconteceram nos anos 1960. Antes de mais nada, na sua concepção, está a preocupação ecológica” (op.cit.: 2000: 64).

Já se podia constatar uma preocupação com o meio ambiente desde o surgimento do capitalismo “selvagem” como ameaça, nas décadas de 1960 e 1970, onde os movimentos ecológicos estavam no auge.  Em compensação, os diversos tipos de museus que surgiram até então ainda não manifestavam esta preocupação; se conservavam testemunhos do passado, se reconstituíam conjuntos naturais e protegiam micro-ambientes naturais; entretanto eles não interviam diretamente sobre a proteção do meio ambiente natural. Um dos objetivos primordiais do ecomuseu é, ao contrário, agir para proteger estes conjuntos socioambientais.

Esses locais de cultura estão preocupados com o ambiente natural, transformam seus habitantes em atores, num processo de desenvolvimento social, político e de sustentabilidade[4]. São mais do que figurantes, são personagens que atuam na construção de um museu voltado para sua cultura e para o meio ambiente em que está inserido, independente de qualquer visitante.

Como o resultado de uma série de mal-entendidos, pelo que afirma Varine, o termo “Ecomuseu” veio a ser usado tanto para designar esquemas inovadores como para designar projetos convencionais que pretendiam chamar a atenção para o novo vocábulo. Mas, para o autor, isto pouco importaria: museólogos dedicados ao novo movimento facilmente reconheceriam ativistas com ideologias neste sentido e seguiriam a busca por uma “museologia da libertação”, que poderia ajudar comunidades a se encontrarem com elas mesmas e acharem a força e os meios para viver e atuar como agentes dos seus próprios futuros.

Foi em cima dessa perspectiva, que Varine definiu o Novo Museu como:

“(…) diferente do museu tradicional na ênfase dada ao território (meio ambiente ou sítio), em vez de enfatizar o prédio institucional em si; no patrimônio, em vez da coleção; na comunidade, em vez dos visitantes. Em todo caso, foi o território que definiu e comumente nomeou o museu, mais do que o rótulo de “Ecomuseu”. Ele é um estado mental e uma forma de aproximação que acarreta um processo construtivo enraizado no território.” (op.cit, 2000: 66).

Para ele, os museus retratavam ou se comparavam a Museus Clássicos ou Tradicionais como o espaço no qual a museologia buscava transmitir seu ambiente expositivo por meio de Edifício + Coleção + Público e na nova proposta museológica, os ingredientes se expandiram em Território + Patrimônio (Material ou Imaterial) + Comunidade.

Este novo parâmetro de Museu se apresenta como um museu moderno, chamado de “Ecomuseologia, Nova Museologia, museologia comunitária ou museologia ativa, é a únicaMuseologia que dá suporte ao homem para que este se desenvolva em seu meio, de forma sustentável, a partir de suas relações com o Real” (op. cit.:2000: 76).

Os ecomuseus abriram vastas perspectivas para uma nova classe de museus, levando em conta um meio ambiente global do homem e associando o público ao conhecimento e a defesa desse meio. São instrumentos de participação popular no planejamento do território e no desenvolvimento político, cultural e social comunitário. Utilizam, essencialmente, a dinâmica da vida na luta pelo reconhecimento de trabalho, de identidade e de costumes. É um ato de mudança.

Ecomuseu é um conceito que deixa a noção predial e material como essência e passa a ser algo vivo que está dentro das pessoas, se refere a um território carregado de simbologia própria. Essas características colaboram para o desenvolvimento sustentável equilibrado para o local que instala essa nova metodologia.

É poder fazer do passado histórico o presente da comunidade. É ter o domínio de organizar o que foi fragmentado na busca da manifestação de pessoas mais críticas e mais cidadãs na procura de fórmulas mais democráticas nos campos que permitem debates e conquistas de indivíduos mais ouvidos e atendidos pelo Estado.

Dessa forma, busco na Ciência Política como exercício de cidadania, as explicações para a prática do pertencimento por meio das ações que ressaltam o poder da cultura, representada nos espaços museais que contribuem para o fortalecimento da identidade comunitária como um espaço de convivência.

E assim, a partir dessas convicções que criaram conceitos da nova museologia nos tempos contemporâneos, espera-se que essas representações cidadãs comecem a se fortalecer em todo âmbito mundial, em países dos quais os estados de desenvolvimento econômico, político e social não devem permanecer de fora desse processo. Porém, nesse contexto, faz-se necessário que essa nova identidade cultural se encontre presente e tão próxima da nossa realidade. Sendo o fato convicto, trago para essa discussão o Ecomuseu dos Caminhamentos do Sertão, no capítulo a seguir.

Riquezas da cidade: as singularidades de Sobradinho/DF e o Ecomuseu dos Caminhamentos do Sertão

Primeiramente, discorro sobre a história da origem do nome Sobradinho, que oficialmente apresenta duas versões: a primeira, no final do Séc. XVIII, no reinado de Portugal, foi construído um sobrado como posto de contagem para controlar a passagem do ouro e receber o quinto (imposto pago pelo Brasil durante período de mineração). A segunda, antes de 1850, o Sr. Antônio Gomes Rabelo, um dos primeiros ocupantes da Fazenda Sobradinho, ergueu um cruzeiro como marco de suas terras, sendo que em um de seus braços, uma casinha com dois pavimentos foi construída pela ave joão-de-barro. 

Já para o historiador Paulo Bertran, o nome Sobradinho tem outra versão. Foi a partir de vários estudos que descobriram um trecho de doze quilômetros da antiga Estrada Real. Ela passa paralela aos quatro parques de Sobradinho[5]. Pesquisas realizadas verificaram que há conexões histórico-culturais entre as cidades de Formosa e Corumbá, num trecho aproximado de 150 km, abrangendo os municípios de Padre Bernardo e Cocalzinho – GO. 

A história da Estrada Real visava retratar que por lá existiam as principais jazidas no Brasil, descobertas entre 1694 e 1730, resultante das famosas “Picadas”. Pessoas de diferentes lugares saíam à procura do melhor caminho para chegar ao sertão de Minas e estabeleceram uma complexa conexão socioeconômica entre Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e os centros criadores de gado do Rio São Francisco.

O elo dessa conexão eram as “Picadas”, ou seja, estradas que foram improvisadas por garimpeiros, pecuaristas, mascates e as pessoas que aportavam do sertão.

No entanto, o Fisco Português, preocupado, assumiu o controle dessas estradas oficializando-as como Estradas Reais, mais conhecidas como Estradas dos Currais. As Picadas da Bahia foram oficializadas por Dom João V e redescobertas por Paulo Bertran, em meio às suas pesquisas (ECO MAGAZINE, 2006:18). O documento é um roteiro de Dom Luiz da Cunha Menezes, que elaborou, detalhadamente, o caminho da cidade da Bahia para a Vila Cachoeira e desta para Vila Boa, então capital de Goiás. Esse caminho bifurcava-se. O primeiro seguia para São Francisco, percorrendo várias cidades mineiras, encontrando-se com as Picadas de Goiás até Luziânia-GO. O segundo seguia o rio Carinhanha, passando por cidades goianas até chegar à Vila Boa. Para chegar a Picadas de Cachoeira, a saída era da cidade histórica de Cachoeira – BA até o rio Contas, local de mineração, e seguia por outro caminho ao norte de Minas Gerais, tomando rumo sudoeste.

O Trecho Vale do Paranã, em Formosa-GO, têm vestígios naturais e culturais os quais se encontram sítios arqueológicos, cachoeiras e comemora-se a Festa do Divino. O Trecho das Águas Emendadas em Planaltina – DF apresenta o fenômeno de águas emendadas, as bacias dos Rios Maranhão e São Bartolomeu, inúmeras lagoas, o Vale do Amanhecer, e a Pedra Fundamental que marca o centro do País.

No Trecho Chapada da Contagem, em Sobradinho – DF, com inúmeras fazendas históricas, a região do Pólo de Cinema e as paisagens da Serra da Contagem, localizava um importante posto de arrecadação de impostos no período imperial.

O retrato da história da ocupação do Cerrado, que foi remontada a milhares de anos, condiz com grande movimento de vários povos que passaram e deixaram suas marcas. A ocupação econômica aconteceu com o avanço da colonização da Coroa Portuguesa que, aos poucos, estabeleceu cidades em torno da exploração dos recursos naturais do planalto brasileiro. Esta ocupação tomou outras dimensões com a construção de Brasília nos anos 1960, onde grandes áreas de antigas fazendas foram ocupadas sem que fossem preparadas sustentavelmente para as novas populações, até porque nessa época não havia uma preocupação com a utilização fundamentada nos moldes ambientalistas da atualidade.

O norte do Distrito Federal, ao apresentar suas paisagens, partes altas do Planalto Central, caracteriza uma região tipicamente de nascentes que fazem parte de uma rica rede de drenagem que deságua em três grandes bacias hidrográficas: Amazônica, São Francisco e Prata, que contribuem significativamente para a sustentação de diversos ecossistemas nestes três distintos biomas. Esse cenário é composto por uma grande área verde, muito arborizada e com temperaturas agradáveis quase o ano inteiro.

Sobradinho, Região Administrativa V do Distrito Federal, tem como vizinhos o estado de Goiás e as Regiões Administrativas de Brasília, Brazlândia, Lago Norte, Paranoá e Planaltina. No período de 1956 a 1960, no início da construção de Brasília, seus primeiros moradores vieram da Vila Amauri, do Bananal e das ocupações próximas à Vila Planalto. No local dessas ocupações foi determinada a construção do lago artificial Paranoá e fez-se necessária, na época, a transferência dessas famílias às cidades que estavam sendo criadas para abrigar os operários e acampamentos formados próximos às obras do Plano Piloto.

A cidade cresceu e, com o passar do tempo, seu projeto inicial como área urbana foi alterado, expandido pela pressão do crescimento populacional. Assim, criou-se o Setor de Expansão do Setor Oeste de Sobradinho, hoje conhecido por seus moradores como Sobradinho II, que inicialmente abrigou a população que vivia aos arredores do Ribeirão Sobradinho e do Lixão, no período final da década de 1980.   

Foi a partir dos anos de 1980 e 1990 que os movimentos de conscientização cresceram e buscaram garantir melhores condições de vida para as nossas novas gerações. Dessa forma, foram instituídas áreas de preservação para garantir a sobrevivência de mananciais e a preservação de espécies características do bioma cerrado.

Como resultado desses anseios e lutas, com preocupação inicialmente ambiental, a história do Ecomuseu dos Caminhamentos do Sertão naturalmente cresceu como espaço de produção de ações educacionais, culturais e políticas. A proposta inicial foi a organização ecológica do Vale da Contagem, onde vivem mais de duzentas mil pessoas em volta dos quatro parques ecológicos: Parque Recreativo e Ecológico Canela de Ema, Parque Vivencial Ecológico de Sobradinho/Horto Florestal, Parque Ecológico Jequitibás e Parque Vivencial Sobradinho Dois que necessitam de investimento em suas estruturas e, por isso, não estão preparados para uso da comunidade, principalmente por estarem localizados em ambientes urbanos, por sofrerem grande pressão social e constantes ameaças com o uso impróprio, falta de orientação e acompanhamento.

Uma das várias preocupações da população da cidade é com o Ribeirão Sobradinho, que faz parte da importante rede de drenagem e, apesar de não abastecer a população com água potável, dilui efluentes e segue curso para preencher a vazão de rios caudalosos. Seis nascentes deste córrego e um viveiro do Horto Florestal encontram-se no interior do Parque Vivencial Sobradinho/Horto Florestal.

Para José Ivacy, em entrevista a Revista Eco Magazine:

“É fundamental que se cuide das nascentes, uma herança que está preservada para nós, e que não aprendemos sua importância na escola. Então, estamos num momento anterior, compreender e passar para as outras pessoas, chegando às crianças. Daqui a dez ou quinze anos, teremos uma postura diferente com a questão” (op.cit., 2006:12).

Em Sobradinho II, no Centro de Ensino Fundamental 8, onde estudam jovens moradores dos arredores do Parque Ambiental Canela de Ema, os professores, em umas das reuniões pedagógicas no ambiente escolar,  iniciaram um trabalho multidisciplinar com conteúdos das disciplinas de História, Meio Ambiente, Geografia e sobre o território de ocupação da cidade, que foi o principal estímulo para que pudessem estar integrados à consciência política e à construção de práticas educativas ambientais e urbanísticas da região, próxima à escola e de moradia de seus alunos.

Inicialmente, o assunto ecológico foi o tema “Abraço à Lagoinha do Parque Ambiental Canela de Ema”, localizado próximo à escola, que se encontrava naquele momento, no início do período escolar de 2005, muito poluído.

Nessa região, foram criados quatro Parques Ambientais. Os educandos observaram mapas e percorreram trilhas que faziam interligações do Ribeirão Sobradinho aos Parques Ecológicos: Vivencial Sobradinho/Horto Florestal, Jequitibás, Vivencial Sobradinho II e Canela de Ema; juntamente com os corredores naturais da cidade. Os alunos trabalharam em campo e registraram tudo o que deparavam e que pudessem remeter ao tema.

A partir dessas práticas pedagógicas, foi realizado o 1º Fórum de Educação Ambiental do Vale da Contagem, nos dias 17 e 18 de novembro de 2005, no auditório do Ministério Internacional Batista do Avivamento – MIBA, em Sobradinho. O objetivo desse Fórum foi a compreensão integrada do meio ambiente ao Vale da Contagem e o enraizamento da Educação Ambiental para a comunidade e na cidade. O resultado foi apresentado por meio da produção de trabalhos artísticos e expressivos como a pintura plástica, o grafite e uma construção de maquete, realizados pelos alunos da Escola. A partir desse evento, foi criado um espaço de encontros, interações e troca de experiências entre educadores e instituições ambientais do Centro-Oeste.

Posteriormente, ocorreu o I Seminário do Ecomuseu dos Caminhamentos do Sertão, em junho de 2006, no Teatro Nacional Cláudio Santoro, em Brasília/DF. Esse seminário teve como objetivo sensibilizar a população do DF para a importância da criação de um espaço museal que remetesse à história inicial da cidade e ao rico patrimônio dessa comunidade. Contou com a participação de autoridades governamentais, professores, coordenadores da rede de ensino público, artistas, estudantes universitários e sociedade civil. Após o Seminário, realizou-se também, o II Encontro de Educadores Ambientais do DF e Entorno, em novembro do mesmo ano.

Para difundir o trabalho do Ecomuseu, outras atividades variadas foram realizadas periodicamente, como a cavalgada nos doze quilômetros da Estrada Real, para mostrar os problemas e o potencial para as pesquisas, as características do cerrado, levantamento histórico de como era a vida dos grupos que passavam por essa região e, também, muitas visitas às nascentes.

Conforme José Ivacy, na mesma entrevista, os quatro Parques Ambientais da cidade estão interligados pelo Ribeirão Sobradinho e seus braços à bacia do Rio São Bartolomeu, dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) do Planalto Central. Os parques são cercados também pela APA da Cafuringa e pelas Reservas Biológicas da Contagem e Estação Ecológica de Águas Emendadas, que estão entre o Parque Nacional de Brasília e a Chapada dos Veadeiros, em Goiás.

José Ivacy considera que:

“Os Parques não poderiam ser vistos de forma separada, eles são naturalmente interligados ambientalmente e historicamente a um passado imemorial de ecossistema frágil e que está sendo destruído antes de ser conhecido, por isso o núcleo de estudo do Vale da Contagem passou a ter o objetivo de estimular a construção de um ambiente sustentável em torno desse corredor ecológico e muita forma de estudar a história da ocupação humana local” (op.cit. 2006:18).

O Ecomuseu dos Caminhamentos do Sertão é uma proposta com visão de futuro. É um projeto de construção coletiva que deseja ter um ambiente equilibrado para as gerações que virão. É um instrumento de desenvolvimento comunitário que visa ao conhecimento e à valorização dos agentes do patrimônio natural, histórico e cultural do Vale do Ribeirão Sobradinho. É um ambiente delicado, onde se considera que todos são agentes e não somente visitantes. É um exercício de cidadania que visa à construção da identidade, por meio de um profundo senso de lugar e de continuidade histórica.

Para Wagner Santana, também “o Ecomuseu prima pelo bem que é imaterial, a cultura, a tradição, a forma artesanal de se fazer as coisas, o modo de vida do lugar que deve ser preservado. Sobradinho preservou suas serras e os caminhamentos que escondem histórias.” (op.cit. 2006:18).

Para José Ivacy:

“Esses caminhos começaram a ser feitos pelos animais e pelos paleoíndios ou índios americanos, que habitaram essa região há mais de doze mil anos e bem mais tarde foram utilizados pelos colonizadores. A intenção é trabalhar esses conceitos, contar essa história para a nossa geração, um elemento histórico forte que não estudamos na escola e que entendemos que é direito das crianças saberem para que possam desenvolver uma identidade do lugar e compreenderem que hoje temos um local abandonado, mas com nossa capacidade de organização e criação de novas alternativas, podemos visualizar um projeto de futuro diferente para o lugar.”(op.cit. 2006:19).

O Ecomuseu dos Caminhamentos do Sertão trabalha com o resgate histórico, com a ética sertaneja. Acredita-se que nesse trabalho esteja representado na vida dos moradores e que trás, por meio de obras artísticas, o estímulo na construção de uma simbologia e de um imaginário. São fotógrafos, artistas plásticos, músicos, ativistas e moradores tradicionais que conduzem as informações às novas gerações e a incitação para o reconhecimento cultural da cidade.             

O Ecomuseu, como agente promotor da história e da cultura, visa a reunir registros documentais, fotográficos, publicações, objetos, projetos e trabalhos artísticos que possam contribuir para a transformação da área em local de pesquisa, preservação e exposição, não tem o intuito de poder absoluto das produções, mas sim ser facilitador do movimento artístico da comunidade como resposta a um discurso contra-hegemônico.

Descrevo-o como um grupo de pessoas que estão preocupadas com as questões ambientais, culturais, sociais e políticas, sensíveis aos problemas da região como: poluição do ar, poluição dos mananciais, desmatamento de áreas verdes e da paisagem que compõem o cenário da cidade, a construção de áreas de lazer e de cultura, a saúde, a educação e a alimentação, como também um elemento que visualize a prática turística.

É um instrumento que desenvolve poder para uma população na fabricação e na exploração de seus saberes, de suas competências, que visa a propor ações concretas numa luta de organização espacial urbana mais humanizada, menos agressora e mais democrática. Possibilita formar cidadãos conscientes do papel de conquistador do espaço de decisão e do espaço convencional de vivência coletiva e individual.

O Ecomuseu mostra-se em processo de desenvolvimento político, cultural e socioambiental. O Ecomuseu dos Caminhamentos do Sertão é uma entidade que ainda não foi instituída como um ecomuseu como pessoa jurídica e em cartório, o que não deixa de legitimar suas reuniões e práticas, que são periódicas, conforme o tema que se queira discutir, e em locais que permitem a viabilidade desse processo.  

As pessoas que participam das reuniões do Ecomuseu dos Caminhamentos do Sertão não são somente as que estão engajadas ao movimento, são também outras que contribuem para o desenrolar das reivindicações.Essas assembleias são registradas em um livro de ata, no qual são anotados as questões e os encaminhamentos determinados.

Os participantes mais frequentes são em torno de quinze pessoas, que comparecem conforme a temática e a pauta a ser discutida em reuniões previamente agendadas. As atividades profissionais são diversas entre o grupo, participam profissionais de educação, líderes comunitários, artistas plásticos, escritor, poeta, turismólogo, entre outros.

As reuniões normalmente acontecem a cada quinze dias, mas não de forma rígida, podendo ocorrer com lapsos de tempo maiores ou menores, conforme a urgência de atuação que se apresente. Esses encontros são marcados ao final de cada reunião e normalmente são distribuídas as ações a serem providenciadas por cada integrante. Nesses momentos, são discutidos vários apontamentos, por exemplo, a participação dos integrantes em evento em comemoração ao aniversário da cidade, em outras ações e manifestos que precisam ser organizadas em locais que tenham visualização, para que o ato chame atenção da população ou dos governantes da cidade com o intuito de focalizar algum problema ocorrido, e em alguns outros planejamentos.

Alguns movimentos já ocorreram em anos precedentes como: Ato Cívico pela implantação do Parque Recreativo e Ecológico Canela de Ema, em junho de 2005; o I Fórum de Educação Ambiental do Vale da Contagem, em novembro de 2005; Seminário Ecomuseu dos Caminhamentos do Sertão, em junho de 2006; Encontro de Lideranças, em março de 2007; o III Abraço da Lagoa do Parque Canela de Ema, em julho de 2007; IV Abraço a Lagoa do Parque Canela de Ema, em agosto de 2008; e previsão do II Fórum de Educação Ambiental para o segundo semestre do ano corrente.

Nem todas as reivindicações foram alcançadas e cumpridas, mas tornaram-se mais importantes como movimentos que, mesmo sendo de uma pequena parcela da população, demonstram que há um desconforto e permite sensibilizar para as questões políticas, sociais, ambientais e culturais, em consonância com o local.

Atualmente, o grupo vem ampliando suas ações e adesões dos sujeitos que vislumbram pela qualidade de vida, tanto dos moradores como da cidade. São esses trabalhos que mobilizam a implantação do Ecomuseu, representado e afirmado como agente político-social em processo de desenvolvimento.

Por meio dos registros das entrevistas feitas com os moradores antigos e recentes, são apresentados em suas histórias os relatos da forma como chegaram à cidade e quais os momentos marcantes vividos nessa trajetória histórica e cultural. Trago a tarefa de buscar na memória, a essência da identidade do local e o fortalecimento patrimonial, que são as bases para o fundamento dessa museologia comunitária.

Desejo ressaltar nesse trabalho, a lembrança da cidade no passado, como se via e como sentia o olhar das primeiras construções, e como os objetos podiam valorizar a expressão do sentimento para com a cidade. Um objeto, por simples que seja, é portador de valores que não escapam ao olhar do cidadão, e permite que gerações posteriores à sua possam usufruir desse mesmo sentimento de pertenciemento e respeito, e também, compreender que o espaço pode representá-lo.

Os moradores e seus coadjuvantes vêm à cidade de Sobradinho com olhar de admiração. A cidade torna-se ainda mais sedutora na medida em que os moradores a conhecem melhor. É como um espelho no qual a comunidade possa se olhar e reconhecer o território onde vive, onde viveram as populações precedentes, na descontinuidade ou na continuidade das gerações. Que essa população mostre aos visitantes, o respeito ao seu trabalho, demonstre seus comportamentos e sua intimidade, juntamente com privilégio de pertencer a um local de belíssima paisagem natural e bagagem cultural.

Fatos estes são relatados nas falas de seus moradores os quais foram registrados por meio de entrevistas que subsidiaram a análise do presente trabalho. São registros que ficarão para a história da cidade e suscitam a valorização dos personagens na promoção de reconhecimento do passado, na busca de caminhos com melhores opções de qualidade de vida para o futuro.

REFERÊNCIAS

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[1] Vide Anexo 4 – Relação dos Ecomuseus no Brasil, de acordo com o Sistema Brasileiro de Museus. DEMU/IPHAN.

[2] Vide Anexo 5 – Programa Nacional dos Direitos Humanos, artsnºs: 442, 445 e 449.

[3] Na Declaração de Santiago do Chile, em1972, faz a relação do papel dos museus na América Latinaerelaciona os princípios da nova museologia: a Museologia comunitária retrata o museu como instituição a serviço da sociedade a que pertence e que possui os elementos para participar da formação da consciência das comunidades a que serve; que ela pode contribuir para promover ações nessas comunidades, situando essas atividades num contexto histórico que permita esclarecer os problemas atuais, unindo o passado ao presente, se engajando em relação às mudanças em curso e provocando outras mudanças na respectiva realidade nacional.

 

 

[4]Sustentabilidade significa promover o desenvolvimento econômico, social, político e cultural, de forma que satisfaça as necessidades básicas com atitudes que protejam o ambiente natural e, igualmente, melhore a qualidade de vida numa perspectiva de distribuiçãoequitativa de riqueza.    

[5] Vide Anexo 4 – Parques Ecológicos de Sobradinho/DF. 

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